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Corona x Mobilidade




Sábado fui numa loja de departamento. Fui cedo porque lá costuma lotar as filas no caixa e ter poucos atendentes. Quando estou com a minha cestinha indo em direção a geladeira, vem na minha direção uma senhora, aparentemente seria uma turista e ela espirra. Aquele espirro que costumamos dar quando saímos de um lugar quente para um frio, mudança de clima. Você já deve ter passado por isso, é aquele espirro incontrolável. Enfim, a senhora inocentemente proferiu um espirro, só que atrás dela tinha outra mulher que simplesmente olhou na minha direção por cima das prateleiras e balançou a cabeça desaprovando o espirro da outra senhora. Eu olhei e nem liguei, continuei indo para a geladeira e atravessei o caminho do espirro. A senhora que vinha atrás fez voltas pelas prateleiras e não passou pelo caminho que ela seguia, na hora eu nem me toquei, não dei bola e fui pegar meu suquinho de pêssego light, quando abro a porta da geladeira que vem? A senhora fugindo do espirro da outra, ela estava dando voltas na loja fugindo literalmente de um espirro e ela ainda falou na minha direção em tom de recriminação à outra senhora: “Não, eu passo é longe, misericórdia!”, largou a cestinha e foi embora.


Terminei de comprar o que era planejado e perdi de vista a primeira senhora que espirrou e no caixa vi atendente respondendo a uma cliente que perguntava sobre o álcool em gel e ele “sabiamente” (contém ironia) afirmou com muita segurança que só e somente o que mataria quando germe seria vinagre e não álcool e eu só observando. Naquele momento percebi que estamos vivendo uma crise existencial, onde a ansiedade, o cansaço mental, pessimismo e desânimo começaram a pairar na nossa sociedade.


Por causa de um vírus que não sabemos de onde veio e nem para onde vai, esse que nos faz criar teorias e conspirações que vão de controle de natalidade até golpe sócio-econômico-político, enfim, não vou citar número de pessoas suspeitas infectadas e nem de mortos pelo Planeta, pois esses são alterados constantemente e aqui ficaria defasado, meu intuito aqui é citar os impactos psicológicos dessa pandemia.


Quando foi declarado que estávamos vivendo uma pandemia que é uma epidemia na qual atinge grandes proporções e pode se espalhar por um ou mais continentes ou por todo o mundo e causa mortes, foi possível observar a sociedade se dividir em dois grupos: os que desacreditavam e debochavam dos casos suspeitos e o outro grupo era dos que acreditavam e já estariam preocupados como um possível contágio.


A ansiedade formada em torno das pessoas que chegavam de viagem de lugares infectados que só em falar na provável quarentena já era instituído um estado de temor, só pelo uso da palavra quarentena que remete ao período de isolamento e restrição de movimentação de pessoas que foram potencialmente expostas a alguma doença contagiosa, podemos verificar isso constantemente em filmes e o objetivo é verificar se alguém desenvolve algum sintoma para assim tratar a tempo para reduzir e prevenir que mais pessoas sejam infectadas, nos filmes funciona.


A questão é que as pessoas nesse processo de quarentena atual podem apresentar danos à saúde mental, afinal é um isolamento forçado, ninguém escolheu se recolher e ficar nas suas residências voluntariamente e ter sua liberdade cessada.


O medo e a solidão são recorrentes da quarentena e ainda estresse e raiva são efeitos do vírus. A ansiedade devido à falta de controle sobre o tempo que será mantido isolado, o medo de ser infectado e ter perdas financeiras por não poder se deslocar até o trabalho.


O que podemos fazer para amenizar esse processo?


O isolamento espontâneo é algo que gera menos estresse, já que você se dispõe a evitar grandes aglomerações e contato físico com outras pessoas, por enquanto, para evitar contágio. E entender que isso é algo temporário que o ritmo de vida alterado é uma oportunidade de estabelecer contato com as outras pessoas de outras maneiras, sem ter o contato físico, aproveitar esse tempo de restrição para cuidar de si e priorizar a saúde mental e física, consequentemente estaremos cuidando do outro.

Certamente teremos um impacto econômico e social nas pessoas e na comunidade, mas a adoção desses atos pode reduzir a transmissão da doença e esse é o ideal.


Esse fenômeno gera um impacto pela imposição de nos privar da nossa rotina e da nossa liberdade de ir e vir. Mas tal situação não precisa criar desconforto como o da senhora que citei no começo, essa condição de privação proposta pelo corona vírus é algo que promove uma reflexão sobre como perder algo tão simples como caminhar, dar um abraço ou beijo, ir ao cinema, a escola ou ao trabalho, atividades simples do nosso cotidiano nos faz falta por demonstrar como somos vulneráveis e que a liberdade faz falta.


Agimos mecanicamente ao dar a mão para um amigo e agora apreciamos um abraço, o contato só por nos negarem essa possibilidade. Às vezes a rotina parece ser escravizante, mas neste momento percebemos que essa rotina é o que nos torna livres.


Vamos ter calma para enfrentar todo esse caos e nos unir pela diversidade, não se exponha e tenha os cuidados indicados pelos especialistas, evite pensar negativamente, pois esses pensamentos podem causar o surgimento de sintomas e ampliar o mal-estar emocional.


Compartilhe seus sentimentos com pessoas próximas e se necessitar procure um profissional de psicologia, podemos atender pela internet.


Não existe necessidade de pânico ou alarde, tente manter sua mente ocupada e se conecte com seus entes queridos. Cuidado com os idosos e crianças. No momento o isolamento e adoção das diretrizes de higiene básica são as melhores formas de voltarmos com a rotina e garantia de executarmos a nossa mobilidade urbana.


A vida é movimento e se existe a necessidade de parar devemos buscar entender os motivos para melhorarmos a forma de nos movimentar com o intuito fazer com que todos possam se deslocar bem e com segurança.


Dica música:


Dica de filme:


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